Hoje, 29 de maio de 2013 é o 149º dia do ano e o momento em que este texto está sendo escrito, enquanto na 'espaçonave terra' giramos ao redor do sol numa velocidade média de 107.000 kilômetros por hora, aqui no 'andar de baixo', comemora-se o “dia do geógrafo”, esta data por si só, não teria quase nenhum significado se a Geografia não estivesse tão presente na vida cotidiana de todo mundo. Ela é uma ciência fundamental para que se possa compreender a sociedade e entender a importância do espaço no mundo atual, uma vez que ninguém vive sem ocupar espaço. Assim sendo, saber observar o espaço físico, estar atento às questões sociais e gostar de trabalho de campo, são características essenciais a um geógrafo e eu não poderia agir diferente.
Aqui na 'terrinha', o mês de abril estava muito rude, quente, seco, mau-humorado igualzinho a março. A secura esmorecia a beleza da paisagem e nos deixava apenas com um painel modesto e sóbrio quando se contempla as encostas da serra a partir do elevado do maciço que aflora a leste da cidade. Em maio do ano passado, apesar de ter perdido os registros daquele momento, posso garantir que não estava tão animador quanto agora.
Pois o maio deste ano apareceu em sua inteira plenitude. Veio para cumprir o seu papel: o de fazer a travessia dos meses de seca para os meses de chuva. Para um atento observador das encostas da serra, este mês de maio a paisagem está deslumbrante, graças à temporada das chuvas que acabou de começar. Maio ainda está ensolarado, mas não chega a ser agressivo como foi a insolação de março e abril.
Claro que nem mesmo o Sol esconde sua preferência por este quinto mês do ano: lança luzes alaranjadas a Oeste do horizonte anunciando o final de mais um dia. Será que o Sol de maio quer nos levar com ele para o outro lado do mundo? Talvez tenha sido tentado por este espetáculo da natureza que Ícaro, desobedecendo os conselhos de Dédalo, teve aquele final trágico, descrito na mitologia grega.
Nestes últimos dias de maio, o céu abriu as cortinas dos dias com múltiplos espetáculos celestiais. Nuvens gordas de um lado, céu de anil adiante, formações horizontais, verticais, baixas, altas, médias, cinzentas, algodoadas, corpóreas, incorpóreas, montanhosas, em botões ou em carneirinhos, elas desfilam pela circunferência do céu para nos salvar da mesmice cotidiana.
O maio ararense sopra a brisa fria do açude e distribui o calor das nossas ruas revestidas em granito na medida certa. Maio de 2013 foi úmido, em maio a vegetação brotou, logo, as matizes trazidas pelo mês de maio deixou a paisagem espetacular. Durante este ano, até agora, maio foi o mês sem sol impiedoso.
Diante
de tamanha beleza da paisagem do mês de maio, não
reclamo mais de coisa nenhuma, não espero por nenhum milagre, maio
me completa, ele
me trouxe uma mãe, uma esposa e uma filha, e ainda para fechar com
“chave de ouro”, também meu último filho.
Como
diria um filósofo: "com ele
tudo está no seu devido lugar e não está em lugar nenhum". Maio me
desumaniza porque me
afasta
da razão. O
mês de maio
um dia vai me levar — não sei pra onde, mas que
vai, ah! isso
vai...