O Partido do Movimento Democrático Brasileiro de Arara está prestes a desembarcar do poder. Seu 'crocodilo-mor' ocupou este papel por intensos três mandados, 1997-2000 / 2005-2012, intercalando com a 'vaca' do PFL que teve dois mandatos, lá se foram duas décadas, com apenas dois homens ocupando a cadeira da chefia do executivo municipal. Aliás, essa dualidade entre dois grupos que se revezam no poder, vem desde sempre em nossa história política de meio século. Nas três primeiras décadas, com os grupos de Marísio e Joaquim, e nas duas seguintes, com Biruca e Ernesto. Vale lembrar que durante a ditadura militar, um 'pinguim' ensaiou a tomada do poder, porém, sua permanência na cadeira de prefeito, foi muito breve.
Treze anos depois que o 'pinguim' foi ejetado do assento na Prefeitura, com a vergonhosa interrupção do mandato de Moacir Jerônimo, em
1987, e a vitória de Zé Bigode sobre Biruca, o nanico PL, foi
alçado a condição de partido do chefe do executivo por pura
conveniência política, sem que o então prefeito tivesse nenhuma
identidade partidária ou ideológica. Depois disso, o pefelismo ganhou a
prefeitura em 1992 e desde essa data, faz um "revezamento 4 x 4" com o peemedebismo, numa dobradinha que deliberadamente forçou os ararenses
a serem adjetivados de “vacas” e “jacarés”.
Nas eleições seguintes, algumas espécies exóticas tentaram ingressar nesse
zoológico improvisado. A exemplo de tucanos, elefantes, tigres,
ursos e até os gatos esperaram pela chance de se apresentar como
alternativa confiável ao eleitor. Essa bicharada, sempre esteve
muito longe do governo, mas nem por isso deixou de sonhar com ele.
Durante todos esses anos, nenhum deles sofreu do natural desgaste do poder, também não conviveu com a incômoda frustração que assombra os duelistas
da arena particular criada por 'vacas' e 'jacarés'. Como se
constata, um jovem que hoje tenha 20 anos de idade, jamais conheceu outro
prefeito que não seja, um representante pefelista (vaca) ou peemedebista(jacaré) diante das reduzidas opções animalescas, que parece não nos deixar
livres para escolher.
Até
às 17 horas do dia da eleição, não há como se prevê os
resultados que abalarão a política municipal (como a vitória de Zé
Sobrinho, então no MDB, abalou Arara, em 1969). Seja quais forem os
resultados, estes certamente promoverão solavancos na base de
sustentação do atual prefeito Zé Ernesto (jacaré) que deverá
tomar um novo rumo a caminho da oposição para o pleito de 2016.
As
mais recentes sondagens
eleitorais, apontam
que teremos surpresas no cenário político municipal, entretanto,
ainda nos parece pouco
para uma dupla de
bichos que
há 20
anos domina a política local.
A votação de Domiciano
Cabral, Olenka Maranhão e Tião Gomes,
em 2010, já era reflexo disso. Ainda embarcarão
nessa histeria da polarização somente os mais fanáticos: os que
odeiam os discutíveis métodos dos 'crocodilos' e
os que se ressentem das
patadas da 'vaca'.
Enquanto
isso, o maior interessado nessa história (o povo), na verdade, não
passa de uma massa de manobra, formada por inúmeros 'inocentes
úteis', que idolatraram por muito tempo, 'vacas' e 'jacarés'. Isto
sim, é um fato que ficará para sempre manchado na história de
Arara, pela cegueira com que estes 'inocentes úteis' se agarraram
durante duas décadas a posições ideológicas insustentáveis.