sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

No dia do seu aniversário de 48 anos, Arara é retratada em versos por um dos seus corolários.

Recontando a História de Arara
Por Josemar Cândido Duarte*


Todo rincão tem história,
Fatos para contar
Se pequeno ou grandioso
Vale a pena relembrar
Por isso a minha cidade
Quero com sinceridade
Ao leitor apresentar

Arara está no agreste,
Curimataú ocidental
E fica 155 km
Distante da capital
Tem mais de 12 mil habitantes
Sendo um quarto sitiante
Vivendo na zona rural

Fica perto de Areia
Casserengue é seu vizinho
Tendo Solânea ao norte
Ele nunca está sozinho
Algodão está ao lado
Às vezes pouco lembrado
Por não está tão pertinho

Foi parada dos tropeiros
Abrigando os viajantes
Que tangiam suas tropas
Na rotina estafante
Sendo leito de pousada
Na serena madrugada
Pra o rico comerciante

E no meio do agreste
O povoado surgiu
Visitado por tropeiros
Ele logo evoluiu
Com o comércio crescia
E com o passar dos dias
A cidade emergiu

À sombra das baraúnas
Por araras visitadas
Foi crescendo a cidade
Por feirantes cobiçadas
Indo do Brejo ao Sertão
Passavam vendendo o pão
Que o povo alimentava


De Braúna da Araras
Ganhou alcunha perfeita
Teve seu nome mudado
Depois de cidade feita
Por Arara é conhecida
Pela ave colorida
Que à baraúna deita

Em 1860
Chegando do Ceará
Padre mestre Ibiapina
Veio aqui para ficar
Fundou uma caridade
Pra suprir necessidade
E fez o povoado aumentar

Major Antônio da Cunha
Também ergueu construção
Trouxe desenvolvimento
Fez surgir povoação
Contribuiu com o Padre
Pra casa de caridade
Fazendo-lhe doação

Dona Cândida Americana
A esposa do Major
Sendo bem religiosa
Sabendo Deus ser maior
Também quis colaborar
Pra igreja levantar
Do alicerce ao Altar-mor

À Senhora da Piedade
Fizeram invocação
E ergueram a Matriz
Com suor e devoção
Major, esposa e padre
Junto à comunidade
Fizeram a construção

Nos arredores da igreja
O povoado se fez
Contando com 80 casas
Em 1876
E 500 habitantes
Que, de ali em diante,
Já pediam voz e vez

De 37 a 38
O Brasil se dividia
Arara passou a ser
Distrito de Serraria
Mas se tornar uma cidade
Era o que, na verdade,
Todo seu povo queria

E no ano 61
Veio a emancipação
Em 19 de dezembro
Teve-se a confirmação
Arara se libertou
Seu povo comemorou
Com grande celebração

Marísio Cunha Moreno
Foi o primeiro prefeito
Pertencente a UDN
Pelo Estado foi eleito
Governou com confiança
Deu ao povo segurança
Garantindo seus direitos

Aí veio Joaquim Zone
Que a Zé Sobrinho deu lugar
Seguido por Zé Bigode
Disposto a trabalhar
Depois se elegeu Moacir
Pra ele substituir
E a cidade governar

Biruca por duas vezes
Arara administrou
E com seu jeito sério
Ele muito trabalhou
Fez calçadão na cidade
Levou eletricidade
Aos lugares que passou

Depois veio Zé Ernesto
E entrou para história
Conseguindo três mandatos
Perpetuou-se na memória
Desse seu povo querido
Que muito agradecido
Concedeu-lhe três vitórias

Cidade de clima ameno
E com duas estações
De invernos chuvosos
E com ardentes verões
É lugar hospitaleiro
Que recebe o forasteiro
Com amor no coração

Aqui na nossa cidade
Se plantando tudo dar
Manga, fava, mandioca
O milho para o fubá,
Batata-doce, algodão,
Toneladas de feijão
Para o povo alimentar

Arara também tem muitos
Elementos culturais
Músicas, festas, novenas;
Os antigos carnavais
Que animavam a cidade
E hoje deixam saudade
Pois sei que na voltam mais

Na cidade de Arara
As festas são de primeira
Com destaque pra famosa
Festa da padroeira
Que virou tradicional
Como não se vê igual
Na Paraíba inteira

É festa em homenagem
A Virgem da Piedade
Uma santa que protege
Nossa querida cidade
E alegra todo ano
O povo paraibano
Não importando a idade

Arara tem um povo
Que é muito trabalhador
Tem pedreiro, advogado
E o nobre agricultor
Que cuida da plantação
E da sua criação
Que alimenta o doutor.

*Josemar Cândido Duarte é historiador licenciado pela Universidade Federal de Campina Grande-UFCG. Atualmente leciona nos municípios de Arara e Solânea.

domingo, 6 de dezembro de 2009

NESTA ÉPOCA NATALINA, VAMOS PENSAR UM POUCO?

Um dia você aprende...

Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma.
E você aprende que amar não significa apoiar-se e que companhia nem sempre significa segurança.
E começa a aprender que beijos não são contratos e que presentes não são promessas.
E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhar adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.

E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo.
E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam...

E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que se levam anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida.

Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida.
E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.

Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa.
Por isso, sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas. Pode ser a última vez que as vejamos.
Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser.

Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.
Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve.
Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.

Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências.Aprende que paciência requer muita prática.
Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai, é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.
Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas, do que com quantos aniversários você celebrou.

Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.
Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens: poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel.

Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo.
Aprende que, com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.
Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.

Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.
E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais.
E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!

Autor: W. Shakespeare

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Arara, 1962: Nossa verdadeira independência começa aqui.

Caro blogueiro. Obrigado por visitar nosso blog. Fico satisfeito se puder contribuir com a nossa cultura.
A sequência de 13 fotos a seguir, todas do espólio do Senhor Marísio da Cunha Moreno, e nos foram gentilmente cedidas por sua esposa, Senhora Maria Júlia Lira Moreno, estas fotografias contam uma parte da história da alfabetização em Arara, portanto, também conta um pouco da nossa própria história.
Faça um esforço para identificar seus parentes e amigos, ou quem sabe até você mesmo nestas fotografias. Veja que o tempo é implacável conosco, nestes 46 anos que são retratados aqui, muitos que eram crianças no foto, hoje são vovôs e vovós, outros não moram mais nesta cidade e alguns já se foram para outro plano não-existencial.
Soltem os cintos da imaginação e façam uma boa viagem através de uma viagem ao nosso passado.


Desfile Cívico de 7 de setembro de 1966, na Rua Epitácio Pessoa em Arara-PB. Procure identificar seus parentes nestes eventos.



Alunos e professoras da Escola Municipal "Santo Antonio" em Arara, 1963. Fotos: Zefa da Cobra




Alunos da Escola Municipal União dos Moradores do Serrote Branco em Arara-PB



Alunos da Escola "Cônego Teodomiro de Queiroz", no sítio Araçá de Arara em 1963



Alunos da Escola Municipal "Pio XI" do Sítio Volta de Cima de Arara em 1963.



Alunos da Escola Municipal "São Geraldo" no sítio Lagoa de Pedra de Arara em 1963.



Alunos da Escola Municipal "Pedro Gondim" no Sítio São Bento de Arara em 1963, fotografando ao lado o então vice-prefeito de Arara, Sr. Manoel Cândido do Nascimento.


Alunos da Escola Profissional Monsenhor José Paulino - Funcionando na Rua Cônego Teodomiro de Queiroz, no centro - Arara, 1964


Alunos da Escola Municipal "São João" localizada no Sítio Saco de Arara, em 1963

Alunos da Escola Municipal "Santa Rita" - Localidade Volta do Uruçu / Arara, 1963.
Alunos da Escola Municipal "Nossa Senhora do Carmo" no Sítio Jucá - Arara em 1963.


Alunos da Escola Municipal "Nossa Senhora do Perpétuo Socorro" no Sítio Jucá - Arara em 1963.



Construção do Grupo Escolar Getúlio Vargas, atual "Anésio Deodônio Moreno" em 1955, os ararenses podem se orgulhar muito desta escola.


Uma sociedade moderna se constrói com homens e com livros...



Dezenove de dezembro de 1961, esta data é emblemática porque marca a nossa emancipação política de Serraria e a aurora de um novo tempo. Entretanto, só podemos, de fato, atribuir o início da nossa História política, ao ano de 1962, pois somente a partir daquele ano, Arara elegeu seu primeiro prefeito (Marísio da Cunha Moreno) e começou a dar seus primeiros passos em direção ao a sua verdadeira independência, porque começou a instalar escolas municipais para libertar seus filhos do analfabetismo.
O Brasil ainda vivia a efevescência cultural iniciada no Governo JK e experimentava o método de alfabetização proposto por Paulo Freire no vizinho Estado do Rio Grande do Norte, a partir da sua "Pedagogia do Oprimido". Nesse contexto, o governo do Presidente João Goulart, estimulava a instalação de escolas municipais para livrar o Brasil da chaga do analfabetismo e elevá-lo a condição de país do futuro.
Assim, o recém-empossado prefeito de Arara, procurou instalar escolas municipais e comprovar que estavam funcionando regularmente em todos os recantos deste município.
Para cumprir suas metas, realizou um processo seletivo para recrutamento de professoras para o então ensino primário e preparo para o exame de admissão e dessa forma, o município de Arara deu seus primeiros passos em direção ao "Século das Luzes", enquanto suas professoras primárias se esforçavam para ensinar alguns poucos alunos que mais tarde viriam ser agentes multiplicadores dos conhecimentos.
Por estas ações louváveis, os nomes de Marísio da Cunha Moreno, Luzia Laudelina da Silva Medeiros, Maria do Carmos Alves de Morais, Maria José de Albuquerque e muitas outras figuras que ainda estão entre nós, devem constar no mármore do "panteão dos heróis" que se esforçaram para incluir o município de Arara no rumo certo da educação e da cultura.

Tanque da Serra: A ele devemos quase tudo!

Sítio Serra de Arara: (primeiro plano) Tanque da Serra em 1964 - Foto: Zefa da Cobra




O "Tanque da Serra" localizado a 6 Km a Leste do centro desta cidade, é um local "magnífico" pelas mais deslumbrantes paisagens que os olhos humanos podem contemplá-las.

A começar pelos seus murais construídos em reduzidos blocos de granito que fogem a arquitetura comum. Seus dois reservatórios são como irmãs gêmeas que encantam os olhos dos sedentos e transmitem paz aos contempladores da natureza. Do seu ponto mais alto, é possível contemplar toda a região, incluindo uma bela visão horizontal da cidade.


Foram as águas do "tanque da serra" que saciaram a sede dos ararenses durante quase um século nas grandes estiagens que se abatiam e se abatem sobre a nossa cidade.


desde os primeiros povoadores, até 1971, o "tanque da serra" foi o mais importante manancial capaz de abastecer a população ararense, com água doce o ano todo, quando o vizinho "tanque da pia" secava, era para a serra que afluiam as levas de sedentos em busca do seu líquido precioso. Sem mencionar que entre 1957 e 1987, suas águas límpidas e "calientes" também sustentou centenas de lavadeiras que se utilizavam das duas lavanderias públicas, abastecidas com água do "tanque da serra", prestando serviços particulares aos poucos abastados dessa cidade, além de lavarem as vestes de suas próprias famílias.


Por estas razões, podemos afirmar que a cidade de Arara deve parte significativa de sua existência a esta maravilha da natureza, que o homem tratou de dar uma "mãozinha" com dinamite e muito cimento.


Atualmente o "tanque da serra" encontra-se praticamente abandonado pelos poderes públicos, entregue ao desprezo de quem tem o dever de zelar para sua manutenção, por isto é preciso restaurá-lo em nossas memórias para que ele não fique relegado ao esquecimento.